Minha avó costumava dizer: “Quando você crescer, entenderá que quanto menos pessoas houver na sua vida, mais paz haverá no seu coração”. Naquela época, suas palavras pareciam distantes e inadequadas, mas agora, com o passar dos anos, soam como uma verdade evidente.
Quanto mais velho você fica, menos pessoas você precisa ao seu lado: a sabedoria da avó que compreendemos com o passar dos anos
Minha avó costumava dizer: “Quando você for mais velho, entenderá que quanto menos gente houver em sua vida, mais paz haverá em seu coração”. Naquela época, suas palavras pareciam distantes e inadequadas, mas agora, com o passar dos anos, soam como uma verdade evidente.
A sabedoria na solidão
Quando eu a visitava na infância, não conseguia entender por que sua casa era tão tranquila. Parecia completamente feliz com tão poucas pessoas em sua vida. Para mim, uma jovem energética cercada por dezenas de amigos, isso parecia estranho. “Como ela pode viver assim?” Pensava que ficaria louca de tédio. Ela não estava sozinha, mas também não estava cercada por uma multidão barulhenta.
Um dia, tomando chá, perguntei: “Vovó, por que você tem tão poucos amigos?” Ela sorriu calorosamente e disse: “Deixe-me contar uma história”.

Lições de vida
Ela falou sobre seus anos de juventude: como adorava dançar, ir a bailes e ter conversas intermináveis com suas amigas. “Houve um tempo, – disse ela, – em que pensava que quanto mais amigos tivesse, mais rica seria minha vida. Mas a vida nos ensina à sua maneira o que realmente importa”.
Ela contou sobre a perda de amigas quando se tornou mãe. Aliás, minha avó teve 8 filhos – 4 filhas e 4 filhos.
As amigas se afastaram primeiro quando chegou o primeiro filho. “Algumas não queriam ouvir sobre as noites em claro e os trabalhos exaustivos. Como se a maternidade me tornasse desnecessária para elas”.
Foi a primeira vez que ela compreendeu que a amizade muitas vezes depende das etapas comuns da vida.
Depois, ela compartilhou a história de seu casamento. Em um período difícil em sua relação com meu avô, uma amiga que era sua melhor amiga, revelou-se secretamente apaixonada por ele. “Fiquei surpresa, – confessou ela, – mas isso também me ensinou uma valiosa lição: nem todos que te apoiam estão realmente do seu lado”.

Conforto em um círculo reduzido
À medida que envelhecia, tornou-se mais reflexiva em relação às suas relações. “Não queria preencher meus dias com fofocas, discussões ou conversas vazias. E também não tinha tempo para falar, havia muito trabalho em casa”, dizia. “As pessoas que eu queria ter ao meu lado precisavam trazer paz, não caos”.
Ela fez uma pausa e acrescentou: “Sabe, as pessoas muitas vezes confundem solidão com isolamento. Mas há uma diferença. Solidão é ânsia por companhia. Isolamento é escolher o silêncio em vez do barulho”.
A verdade sobre a amizade
Suas palavras me fizeram refletir profundamente sobre minha própria vida. Quantas das minhas relações eram baseadas em um afeto genuíno? Quantas eram apenas por conveniência ou hábito?
Ela explicou que a amizade é posta à prova com o tempo e as adversidades. “Um verdadeiro amigo, – disse ela, – é aquele que fica com você durante as tempestades da vida, não só nos dias ensolarados. Até então, são apenas conhecidos”.

A lição que precisei aprender
A sabedoria de minha avó ficou comigo. Com os anos, notei como meu círculo de amizades foi se reduzindo, e o quanto minha vida melhorou por isso. Não persigo mais pessoas que não me respeitam, que esperam que eu aja de uma forma que me torne agradável; não quero mais manter conversas vazias e desnecessárias. Notei como as pessoas se afastam devido à inveja, justamente nesses momentos em que minha vida melhora um pouco, quando alcanço resultados.
Entendi que é normal deixar pessoas para trás e priorizar a paz interior.
Quando reflito sobre isso, me vem à mente uma citação de Jim Rohn: “Você é a média das cinco pessoas com quem passa mais tempo”. Escolha sabiamente.
Portanto, se com a idade seu círculo de amizades fica menor, não se desespere. Isso é sinal não de fracasso, mas de crescimento. No final, na vida, o importante não é a quantidade de relações, mas a qualidade daquelas que mantemos.
Minha avó estava certa: quanto mais velho você fica, menos pessoas precisa ao seu lado. E assim deve ser.